sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Algodão Doce!

Quando engravidei do meu primeiro filho, fiquei muito ansiosa com "como seria"...com quem ele ficaria quando eu voltasse a trabalhar, e quem cuidaria dele na minha ausência, e a quem eu o confiaria...
Minha mãe, do alto de sua experiência de "criadora" de 9 filhos me disse : "Pessoas boas encontram boas pessoas no decorrer de suas vidas."

E assim foi.
Não sei se sou uma pessoa boa, mas não sou má. Me esforço para ser boa, e tenho consciência do caminha longo que tenho pela frente...mas não sou, definitivamente, má.

E no meu caminho, Deus colocou, verdadeiramente, pessoas boas.

Quando estava me preparando para voltar a trabalhar, o que é um martírio para qualquer mãe (ao menos para mim foi), saí conhecendo várias escolinhas na região de Pinheiros, onde moro.

Uma delas foi a "Algodão Doce Colorido".
Quem meu recebeu foi a Tucha, a dona da escola.
Mal sabia eu que, aquela mulher loira, olhos claros, viria a fazer parte, tão fortemente, dessa família morena que é a minha.

O Luigi foi para lá com 4 meses de idade.
Com o passar do tempo, tive a certeza absoluta de ter feito a escolha certa.
A Tucha se tornou nome constante em nossa casa, presença certeira em nossas vidas.

Logo depois, o Joey foi para lá também, aos 5 meses de idade.
Eu só sofria de saudade, mas sabia que, na minha ausência, não existiam pessoas melhores para ficar com ele.

A Tucha tem 2 filhas, a Fernanda e a Claudinha. As duas são peças imprescindíveis para essa coisa maravilhosa que é o Algodão Doce Colorido.

O Luigi cresceu e assim, foi estudar em outra escola.
Ano que vem é a vez do Joey.

Sei que nunca vou encontrar, em lugar nenhum, o que encontrei lá.
Sei que nunca terei, em lugar nenhum, a tia Tucha, que mesmo brava, em algum momento, com meus meninos, nunca deixou de amá-los.
Sei que nunca terei, em nenhuma outra escola, a tia Fernanda, para conversar no portão, e rir de experiências mútuas.
Sei que nunca mais terei, em nenhum lugar, a tia Claudinha, para rir de pequenas bobagens.

Vai me doer muito não ter mais filhos no Algodão Doce.
Mas sei também que essa é uma dor momentânea, porque nosso terceiro filho (ou filha) chegará um dia (em breve, espero!), e é para lá que ele, ou ela, vai.

Vai para o colo da tia Tucha.

Prometo a mim mesma que, enquanto isso, eu vou continuar indo lá, dar um beijo nelas.
Eu quero continuar indo às suas festas juninas, tomar chopp e comer churrasquinho.
Quero agradecer a elas, sobretudo...

Queridas, obrigada pelo Algodão Doce Colorido e por todos esses anos maravilhosos, partilhados.
Vocês são mais que coloridas...vocês são um arco-iris.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Contadoras de histórias

Até mais ou menos o final de minha adolescência, eu tive duas casas.
Uma delas, obviamente, era a casa de meus pais, onde fui criada. Até hoje, a casa de meus pais é meu porto seguro e minha base afetiva.

A minha segunda casa foi a casa da minha vó.
Eu era frequentadora assídua da casa da minha vó.
Passei manhãs, tardes e noites na casa da minha vó.
Eu podia ir sozinha, porque não precisava andar na rua para chegar até lá.
Meu pai construiu um portão que dava acesso à casa dela, por nosso quintal.

Eu gostava do cheiro da casa e gostava de ver a Bíblia Ilustrada descansando sobre a mesa, de frente à porta de entrada.
Eu gostava de ver o galinho português. Gostava sobretudo de estar perto delas, da minha vó Maria, da Dindinha e da Mina.
Mesmo quando tornei-me adolescente, não me distanciei. Continuei indo lá todos os dias, para conversar, ver novelas, tomar sopa, comer macarrão e cuzcuz e chupar balas de mel.

Lembro-me que uma das coisas que eu mais fazia, ao visitar minha vó, a Mina e a Dindinha, era ver o álbum de fotografias delas.
Era um álbum antigo, de capa de couro e com aquelas folhas de seda rugosa separando as páginas das fotos.
Cada foto era pregada no álbum por quatro pequenos triangulos de papelão rígido, que seguravam as fotos pelos seus ângulos.
Vi esse álbum inúmeras vezes.

Lá havia fotos da minha mãe, das minhas tias e do meu tio quando crianças.
Havia fotos de pessoas que eu nunca conheci, mas cresci ouvindo seus nomes.
Lá havia fotos de meu avô Antônio, pai da minha mãe, que ela mal conheceu, porque ele morreu muito cedo...nós não o conhecemos, mas carregamos suas sobrancelhas.

Graças às fotos, pude ter na minha mente a fisionomia de meu avô. Ele é pai da minha mãe, portanto, como eu poderia ignorar seu rosto?
Meu avô português que nos deixou de herança esse sangue mouro, que todos nós carregamos.

Gosto de fotos desde sempre.
Adoro vê-las, vasculhar caixas ou álbuns antigos, recheados delas.
Não me canso de olhá-las.
Na minha bolsa, sempre há uma máquina fotográfica.
Um dos meus grandes prazeres é fotografar.

Fotografo os meus filhos fazendo tudo e qualquer coisa. Adoro registrar seus rostinhos.
Também gosto de fotografar momentos especiais com meus pais. Quero guardar meus pais para sempre. As fotos, de alguma forma, me permitirão isso.

Gosto de fotografar Pirassununga. Gosto de tornar perene a imagem de seus ipês, suas sibipirunas, suas casas antigas e prédios de época.
Gosto de fotografar suas ruas.
Ando sozinha pela cidade e vou fotografando. Varandas de casas, calçadas repletas de floradas que despencaram das árvores, suas crianças que podem brincar na rua...fotografo tudo, orgulhosamente.

A fotografia tem alma e conta uma história, para quem se interessar em ouví-la.
Foi um prazer que consegui identificar há pouco.
Nunca pensei que pudesse ter tanto prazer em algo tão simples.

Mas eu adoro. Saio pelas ruas e vou fotografando. Tudo pode ser interessante, só depende dos olhos de quem enxerga.
Vou fotografando e entendendo.

Entendendo porque aquela menininha de 7 anos, que eu fui um dia, sentava-se na sala da casa da minha vó, com os pés mal encostando no chão, segurava o velho álbum de fotos e pela enésima vez, sentia-se feliz com aquilo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As mães e seus filhos...os filhos e suas mães

Hoje trabalhei até tarde. Bem mais tarde do que de costume.
Monitorei a vida dos meus filhos no período...remotamente, mas monitorei.

Quando finalmente terminei minha jornada de hoje já era noite. Liguei meu celular a vi que havia 6 novas mensagens em minha caixa postal.

Comecei a ouvir as mensagens e eram todas do Joey, meu filho caçula.
Ele tem 6 anos.
Comecei a ouvir os recados, meio que sorrindo enquanto me arrumava para ir embora.
Parei de me arrumar para prestar a atenção devida aos recados do Joey.
Eram todos, sem exceção, no mesmo tom, relatando pequenas sacanagens (que ele assim julgava) que o irmão mais velho estava fazendo com ele e que ele queria me relatar para que "eu desse um jeito" quando chegasse em casa.

Um dos recados começava assim : "Mamanhê, desculpe o "chateamento", de te ligar tantas vezes, mas é que eu gosto muito de você..."

Nada mais me importa...ele gosta muito de mim!

Até bem pouco tempo atrás, eles me davam um mega trabalho operacional. Recolhe roupa, arruma bagunça, almoço, janta, calça que rasga na primeira vez que usa, homeopatia a cada meia hora, briguinhas, choro e manha.
Eles ainda me dão esse mesmo trabalho, mas aos poucos, outro tipo de trabalho foi sendo inserido em minha vida.
O trabalho de me preocupar com suas ações, com o tipo de homem que eles serão.

Meu filho mais velho tem 9 anos e já é, em vários sentidos, um pequeno rapaz. Ele tem testado o meu limite e testado seus próprios limites.
Ele me preocupa por seu comportamento na escola, por seu modo "ativo demais" de ser, por sua curiosidade e questionamento excessivos (assim eu acho).

Tenho brigado muito com ele...mas também tenho conversado muito, aconselhado, dado exemplos, contado histórias (ele ama histórias).
O que mais posso fazer? O que mais posso dizer a não ser a verdade?
"Não importa o quanto você erre...vou estar sempre aqui.
Só não quero que você se afaste de mim."

Venho tentando, arduamente, ser uma boa mãe. Cometo erros, aos milhões, mas peço desculpas e começo tudo de novo.
Tenho certeza que quando eles forem adultos, olharão para trás, para suas infâncias, e se lembrarão de mim como uma boa mãe.
Tenho certeza disso.

Porque eu sou, durante todo o tempo que respiro, mãe deles.
Não há um único momento em minha vida que eu queira me libertar disso.

Sei que estou só começando. Mal sei o que me espera, mas imagino.

Sonho que cresçam, e que assumam papéis que os façam felizes. Que encontrem mulheres que os amem, que tenham filhos, que sejam homens do bem, honestos e decentes.
Que sejam saudáveis e tenham amigos verdadeiros.
Desejo tudo isso a eles.

Mas suas almas estarão sempre comigo. Eu sou mãe, e isso é o que de mais importante um ser humano pode ser na vida.
Eu sou mãe, e a alma de meus filhos pertence sim, a mim.

sábado, 12 de setembro de 2009

Princípios para a ação

Nasci e cresci em uma família bastante "politizada". A verdade é que nós, lá em casa, sempre temos opinião sobre os mais diversos assuntos, e gostamos de conversar sobre tudo.

Nasci em 1970, na parte "dura" da ditadura militar.
Um dos meus irmãos nasceu em 1964, bem quando ocorreu o golpe militar.
Vivi meus primeiros 18 anos em Pirassununga, onde existe um grande regimento do quartel e a AFA - Academia da Força Aérea (graças ao céu de Pirassununga, indiscutivelmente o céu mais bonito do mundo).
Sendo assim, Pirassununga viveu muito a "era dos militares".

Meus pais não eram militares. Realmente não, de forma alguma.
Meus pais eram professores. Partidários da informação, do poder da informação.

Cresci ouvindo meus pais contarem sobre a ditadura militar. Sempre interessei-me muitíssimo pelo assunto.
O golpe, a morte do estudante, a missa na Candelária, os padres protegendo os participantes, a luta armada, o DOI-CODI, as torturas, o exílio...enfim, eu sempre quis saber de tudo e meus pais sempre me deram as respostas.

Meu pai teve muito receio de ser preso quando ocorreu o golpe, unicamente porque ele era professor e como professor, seria visto como "comunista" e sendo assim, inimigo do "estado".
Meu pai nunca foi comunista, mas ele realmente era contra, fortemente, àquilo tudo que estava acontecendo naquela época.
Ele tinha 8 filhos para criar (eu ainda não havia nascido) e acho que isso o impediu de ir às ruas, gritar contra o golpe.
Mas ele passou à cada um dos seus filhos o horror à ditadura, aos sistemas totalitários, ao poder imposto.
Ele fez, portanto, muito mais do que ir às ruas...ele perpetuou o nojo ao totalitarismo, através de seus filhos.

Durante minha adolescência, li tudo o que achei sobre a ditadura militar. Em especial, li um livro chamado "1968 - o ano que não terminou" do Zuenir Ventura.
Li esse livro mais de uma vez.

Sei muito do que ocorreu naquela época.
Sei muito mais do que as pessoas da minha idade geralmente sabem.

Certa vez, quando eu era adolescente, meu pai me contou que, no auge da ditadura, vários livros foram proibidos e quem os tivesse em casa correria grande risco de se meter em sérios problemas.
Ele me disse que as pessoas costumavam fazer fogueiras em seus quintais para queimar os livros que eram proibidos e, dessa forma, se houvesse uma invasão às suas casas, nada seria encontrado.

Minha casa tinha um quintal grande, onde certamente meu pai poderia ter feito sua fogueira e queimado seus livros proibidos.
Na minha casa certamente havia fogo, para queimar a fogueira.

Mas para meus pais, livros são para ser lidos, e não queimados.
Meu pai não queimou um livro sequer...
Ele os enterrou.

E o quintal que serviria de casa para a fogueira destruidora, serviu de abrigo aos livros proibidos, guardando-os em um buraco fundo, feito pelo meu pai, enquanto a ignorância governava o país.

Ele me contou essa história muitos anos depois, quando os livros já estavam todos desenterrados.
Eu ouvi, maravilhada!

E vários anos depois, enquanto conversava com ele, ele abriu uma gaveta e me deu, de presente, um desses livros. O livro se chama "Princípios para a ação". Foi talvez o maior presente que alguém me deu na vida.
Nunca me esqueci, e o livro está do lado da minha cama.
E foi meu pai que me deu.
Ele o guardou, o enterrou, o desenterrou e o deu para mim!

É um livro lindo, que vai ficar comigo para sempre.
Assim como os exemplos de meus pais.
Assim como a coragem de meus pais, e a fidelidade aos princípios.
Nossa alma não tem preço, nossa alma não se compra!

(Texto escrito ao som de "Spirit on the water" de Bob Dylan)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cora!

"Todas as Vidas"

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado, acocorada
ao pé do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...

Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de São-caetano.

Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.

Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha, e filharada.

Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.

Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.

Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida - a vida mera das obscuras!

Cora Coralina - 1889/1985

("Cora Coralina - Coração do Brasil" - exposição a partir de 29/9 no Museu da Língua Portuguesa)

Eu só me atrevo a citá-la porque minha admiração é imensa!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A fotografia

Eu, mais uma vez, estive em Pirassununga esse final de semana.
Tenho a impressão que, conforme os dias passam, eu me torno cada vez mais, pirassununguense.

Eu, mais uma vez, tive a felicidade de poder estar no lugar que mais amo no mundo e de poder fazer as coisas que mais gosto : desfrutar de meus pais, visitar a Lelê, correr nas ruas amadas, cedinho, ver meus filhos se divertirem no grande quintal de seus avós.

Meus pais tem, na minha casa de Pirassununga (eles dizem que a casa é minha também, então eu acredito e me aposso mesmo!), uma parede repleta de fotografias.
E eu amo fotografias.
A cada vez que vou lá (e eu vou com muita frequência, graças a Deus), tem uma foto nova, adornando a parede de fotografia de meus pais.
Meus pais são pessoas maravilhosas e eu tenho a impressão que eles fizeram essa parede só para meu deleite.

Quando cheguei em Pirassununga, nesse último final de semana, e entrei em casa, notei que havia outra foto, uma foto nova, mas não na parede de fotografias, e sim em outra parede. A foto estava em "destaque".
Cheguei perto para ver e meu coração ficou muito pequeno.
Muito pequeno, apertado, mesmo!

A nova foto mostrava a fachada da casa velha, da qual tanto já falei.
E a foto me hipnotizou.
Não consegui parar de olhá-la.

Que linda ela era, a minha casa velha!
Quantas vezes atravessei seu jardim, correndo, para abrir o portãozinho e entrar no carro do meu namorado.
Quantas vezes esperei meu namorado chegar, sentada no degrau que antecedia a calçada.
Quantas vezes postei-me na sacada, reclamando internamente da monotonia da cidade pequena.

Quantas vezes senti-me orgulhosa, por dizer que eu morava lá...

Porém agora eu pude ver, e não somente imaginar...eu pude ver, realmente eu pude ver o gramado do jardim, a escadinha do terraço, o portão, o portãozinho, a primavera despencando com o peso de tantas flores, a sacada, a rampa da garagem.
Eu pude ver de novo a minha casa...aquela que não existe mais, a não ser dentro de mim.
E desejei ter olhado mais para ela, ter guardado mais cada detalhe, cada pedacinho dela.

E pensando bem, acho que posso entender o porque desse meu sentimento.

Inúmeras vezes me perguntei porque meus irmãos não sentem a saudade que sinto da casa velha (ou se sentem não dizem).
E acho que percebi porque.

Aos 18 anos eu saí de Pirassununga, mas eu nunca deixei Pirassununga, não de verdade.
Por muitos anos, eu voltei todo final de semana, porque meu namorado estava lá.
Depois, eu voltei sempre, se não a cada final de semana, ao menos a cada 15 dias, porque meus pais estavam e estão lá.
E eu gosto de estar lá, mais do que de estar em qualquer outro lugar que não seja a minha casa. E meus pais sempre me dizem que lá também é a minha casa. E eu acredito!

Então, Pirassununga nunca saiu de mim e eu nunca sai de Pirassununga.

Algumas pessoas dizem que são cidadãos do mundo. Acho isso muito bonito e chego a invejar quem consegue não ter raízes.
Mas eu não sou assim.
Eu sou cidadã pirassununguense e isso se reflete no que senti quando vi a fotografia da fachada da minha casa velha.

Eu senti saudades, saudades da minha história, saudades de mim mesma, da minha meninice, da minha juventude tão sem responsabilidades.
Saudades de tanta coisa que não consigo nominar.
Saudades da segurança de ser cuidada, de ser filha.

Senti saudade daquela casa que não existe mais, a não ser dentro de mim.