segunda-feira, 25 de abril de 2011

Crossroads



É isso.
Para que eu possa continuar caminhando, devo saber para onde quero ir...e onde quero chegar.
Ao menos, eu sei o que não quero, e sei como evitar o que não me faz bem.

Eu devo escolher o caminho que me leva a ser uma pessoa melhor, uma mãe melhor, uma filha melhor e uma esposa melhor.

Eu sei bem qual é esse caminho.
Basta segui-lo.

Pensa que é fácil?
Mas desde quando eu me ligo no que é fácil?

Avante...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Doze



Amanhã serão 7 dias...
Eu não vou escrever, porque não posso escrever.
Mas não consigo parar de pensar.

Eu só posso chorar...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Juvenília!





"A felicidade só é real quando compartilhada."

Há algumas semanas, meu filho mais novo reencontrou uma grande amiga, da sua escola antiga, que ele não via há mais de um ano. Ele sempre falava muito dela, dizendo que na escola atual não havia meninas legais como ela, e já havia ido na sua antiga escola rever os amigos, porém ela não estava.
Sei que esse reencontro foi um momento muito marcante para o Joey e fiquei feliz em perceber que o foi para ela também. Ela passou a telefonar para ele diariamente e eles ficavam um tempão no telefone, falando, ouvindo músicas e rindo.

Nesse domingo, essa menina veio passar o dia com a gente, na nossa casa. Eles brincaram, eu os levei ao cinema e para comer lanche. No final do dia, as crianças fizeram uma batalha com lançadores de dardos na minha casa e as risadas viraram gargalhadas.
Quando eu a levei para a casa dela, já anoitecia e eu disse a ela que ela iria voltar outras tantas vezes...era só combinar.

Meu filho então me disse que aquele havia sido o melhor dia da vida dele.


Semana passada recebi um email me avisando que alguém estava querendo fazer contato comigo em uma determinada rede social. Quando li o nome da pessoa, quase perdi o fôlego. Era alguém de um passado que havia ficado lá atrás, mas tão presente como se ainda fosse..."presente".
Eu não a via há pelo menos 20 anos e respondi o email rapidamente, claro, aceitando o contato.
Ela imediatamente me respondeu e iniciamos a mais intensa e marcante troca de emails que já vivi. No mesmo dia incluí outra de nós, que mora em outro país, nessa troca de emails e juntas, nós três, passamos a rir, a chorar, a trocar fotos e lembrar de detalhes tão significativos para nós que só nós mesmas poderíamos entender e respeitar, tamanha a profundidade.

Fomos muito amigas, amigas de rua, amigas da noite, amigas que descobriram inúmeras coisas juntas, e que estrearam na vida, sob vários aspectos, juntas.
Éramos impossíveis quando nos juntavamos, malucas, inconsequentes e enlouquecidamente felizes.

Foi maravilhoso reconhecer minhas amigas, há muito separadas de mim, naquela troca frenética de emails.

Fomos amigas nos anos 80, quando não havia email, celulares ou qualquer outra parafernália que nos pudesse ajudar a permanecer juntas.
Atingindo o início da vida adulta, cada uma foi para um canto, viver sua vida. Porém, esses 20 anos que nos separaram agora parecem 20 dias.

Somos nós e aqui estamos, da mesma forma que lá estivemos, em 1986, quando só tínhamos 16.

Da mesma forma que para o meu filho, esse meu reencontro também me marcou profundamente.
E ainda, da mesma forma que para o meu filho, o dia em que a minha amiga me (re)encontrou foi um dos melhores dias da minha vida.

domingo, 27 de março de 2011

Pessoas que abraçam



Apesar de admirar quem seja, eu particularmente não sou muito afeita a "programas diferentes". E eu detesto isso em mim.
Entenda-se por programas diferentes aquilo tudo que eu nunca fiz. Inicialmente retraio-me, fecho a cara e quando o tal programa torna-se inevitável, eu vou relaxando aos poucos e depois adoro!
Geralmente é isso o que acontece. E sou sempre impelida a fazer algo assim porque sou casada com uma pessoa que, nesse aspecto, é totalmente diferente de mim. Sendo assim, ele sempre obriga-me a fazer algo diferente. Minha primeira reação é odiá-lo por isso. Mas depois sempre, em silêncio, agradeço.

Certa vez li uma reportagem explicando que, conforme envelhecemos, temos a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido unicamente porque fazemos coisas diferentes com cada vez menos frequência. Isso faz todo sentido.
Uma vez que temos a tendência (eu, em especial) de repetirmos as mesmas ações (os mesmos caminhos, mesmos programas, mesmas pessoas, mesmos tudo) o cérebro não mais capta aquilo como "novidade". E é justamente o "novo", o "diferente" que faz com que o tempo seja percebido como algo de valor.
Dessa forma, se passamos um final de semana dentro de nossa "rotina", parece que aquele final de semana voou. Porém, se fizermos programas diferentes, aqueles dois dias parecem ter passado de forma muito distinta, pois o tempo foi valorizado e o cérebro, desafiado.

Ontem fui posta a prova em uma tarde diferente. Fui conhecer um grupo de pessoas que sentam-se em roda, e simplesmente conversam. A atividade de ontem era dirigida a pais e suas crianças, propondo a atividade de "escutar com atenção".
Para isso, fez-se um trabalho conjunto de criarmos, segundo a tradição indígena, em um pedaço de madeira, um pau que representasse o direito de falar (e de ser escutado). Adulto ou criança, quem estivesse de posse do tal pedaço de pau (o qual foi enfeitado por todos) tinha o direito de falar, de ser ouvido e de não ser interrompido.
Inicialmente pensei : que bando de hippies é esse? Isso não é prá mim, soa lisérgico demais e eu, sinceramente, não sou uma pessoa das mais lisérgicas.
E depois pensei : eu vou matar o Klauter (meu marido, aquele que me obriga a esse tipo de atividade).

Porém a coisa caminhou de uma forma tão legal, tão agradável, tão sutilmente acolhedora e natural, que saí de lá, horas depois, pensando que aquelas pessoas que eu havia acabado de conhecer tem algo a me ensinar. E que eu queria voltar.
São pessoas que abraçam.

E claro, fica mais uma vez para mim a lição que o "fazer diferente" estimula partes de mim que eu normalmente não trabalho e que portanto, estou em constante possibilidade evolutiva.
Não é porque meu corpo parou de crescer depois da adolescência, que minha mente deve parar também.
E o "fazer diferente" é o que possibilita esse crescimento.

Estamos nos deparando com possibilidades de crescimento diariamente. O desafio é enxergá-las e aceitá-las.

Há de se aprender, sempre.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Bom dia, Aurora!



"Aurora : deusa do alvorecer na mitologia romana".

Ela se chama Aurora, mas todos a conhecem por Lola ou ainda, para nós, tia Lola.

Minha tia é uma mulher à frente do seu tempo e chego a pensar que à frente de qualquer tempo.
Ela não está mais entre nós, mas alguém me disse que àqueles que amamos e que já partiram devemos nos referir sempre no tempo presente, pois assim, eles se fazem presentes também.
Tia Lola está aqui.

Minha tia foi uma aventura e um mistério para mim quando eu era criança, pois eu a via com muito pouca frequência. Mas todas as vezes que a via, era como se visse algo muito diferente do que eu estava habituada, talvez pela sua desinibição, sua força natural e motriz ou ainda por sua extrema e por vezes desconcertante naturalidade.

Em minha vida adulta, tia Lola tornou-se minha amiga.
Nos aproximamos muito, eu e minha tia, e em consequência, meus filhos e meu marido se aproximaram dela também.
Valor inestimável teve essa aproximação para meus filhos, que puderam conhecer de perto e conviver com essa mulher única.
Valor inestimável para a minha família, nossa família formada por nós quatro.

Conversamos sobre a vida e sobre as nossas vidas que tanto demoraram a se cruzar.
Ela é irmã de meu pai, mas tivemos pouco contato durante grande parte de minha vida.
Na verdade, tive pouco contato com toda a família de meu pai e a razão disso não sei com certeza, mas formo especulações dentro de mim.

Sinto que, com sua partida, foi-se também a possibilidade de conhecer mais dessa família, que é tão minha e que pouco conheço.
Primos, primas, tios que já se foram...Lola era uma ponte para eles, uma possibilidade.
Ela se foi e sinto que essa possibilidade foi com ela.
Mas acreditando naquilo que me foi dito um dia, e no quanto penso nela, a cada pensamento ela se faz presente e essa ponte volta a se materializar.
Que coisa louca a vida é...

Tia Lola é uma senhora em um corpo de menina e uma menina em um corpo de senhora.
Talvez a maior energia com a qual já me deparei.

Comecei a lhe telefonar com frequência e ela simplesmente abriu suas portas para mim.
Almoçamos juntas, conversamos muito, tomamos nossa cerveja por diversas vezes.
E eu tive a oportunidade de lhe dizer que a amava, e o quanto me orgulhava ser sua sobrinha.

Lola é um furacão. Só tenho boas recordações dela e sou grata por termos, eu e ela, trabalhado para sermos íntimas e juntas, derrubarmos um muro invisível que nos separou por tanto tempo.
Agora que ela se foi, posso dizer que eu era sua amiga, e foi o que eu disse aos seus filhos :
"Ela era minha grande amiga".

Aos 96 anos, ela se foi. E em mim fica a sensação que ela foi cedo demais. Porque ela é uma menina, miúda, esperta e ativa.
Tive muito dela. Tive o suficiente para carregá-la comigo e fazê-la presente em minha vida prá sempre.
Ela se fará presente.

E o bilhetinho auto-colante, que eu grudei há muito tempo na minha geladeira, onde está escrito "tia Lola", para lembrar-me sempre de ligar para ela, vai continuar grudado lá.

Grande, amada e admirável tia Lola.
Inesquecível, tia Lola!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Salve, salve!

Tem coisas (várias por sinal) que eu não consigo entender.
Mas tem outras que, após acontecerem, fico com aquela sensação de "eu sabia..."
Não que eu pudesse prever, nem nada disso, mas a coisa mostra-se clara de tal forma que fico surpresa por não ter visto com mais clareza anteriormente.
Eu e meu estrabismo habitual...

Sou corinthiana. Nada roxa ou dedicada, mas por homenagem ao meu pai, e talvez afinidade com um dos meus irmãos, escolhi ser corinthiana, ainda bem pequena. Tenho zilhões de irmãos, então futebol, em casa, sempre foi um assunto "importante".

Meus vizinhos também eram corinthianos. Mas lá, entre as crianças daquela casa, não havia a pluralidade de times que havia na minha casa. Eles eram, todos, corinthianos.
Isso era assim porque o pai deles era um corinthiano roxo, o maior corinthiano que já conheci, Seu Edgar.
Um grande homem, o Seu Edgar.

Duas filhas do Seu Edgar aniversariavam no mesmo dia em que se comemorava o aniversário de nossa cidade, Pirassununga. Era comum que, em todo dia 6 de Agosto, aniversário de Pirassununga (e das filhas do Seu Edgar) a banda andasse pela cidade, tocando o Hino de Pirassununga.
Durante vários anos, na minha infância, ouvi a banda parando em frente da casa do Seu Edgar, tocando o Hino de Pirassununga, emendando, logo depois, o Parabéns a Você (para as suas filhas) e finalizando com o Hino do Corinthians, em homenagem ao Seu Edgar.
Homem muito amado, o Seu Edgar.

Disso não me esqueço jamais.

Apesar de na verdade não ligar muito para futebol, sempre me julguei corinthiana, em função do meu pai e do meu irmão, mas hoje percebo que emocionalmente, em função do Seu Edgar também.
Porque era lindo demais ver a emoção dele com seu time do coração, e todo o folclore em volta daquele cidadão pirassununguense (o Seu Edgar não nasceu em Piraassununga, mas foi, sem sombra de dúvida, o mais pirassununguense dos homens).
E apesar de ter uma certa simpatia, hoje em dia, pelos times para os quais meus filhos torcem, mais do que nunca me digo corinthiana, em homenagem àquele que alegrou meus dias, e que tornou meu 6 de Agosto tão inesquecível.
Porque a banda de Pirassununga fazia essa homenagem por considerar, assim como eu considero, o Seu Edgar o mais importante dos pirassununguenses.
Grande pirassununguense, o Seu Edgar.

De agora em diante o Seu Edgar vai assistir aos jogos do seu time no melhor camarote do mundo. E esse é o lugar que sempre lhe foi de direito.
Viva, Seu Edgar!