sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Salve, salve!

Tem coisas (várias por sinal) que eu não consigo entender.
Mas tem outras que, após acontecerem, fico com aquela sensação de "eu sabia..."
Não que eu pudesse prever, nem nada disso, mas a coisa mostra-se clara de tal forma que fico surpresa por não ter visto com mais clareza anteriormente.
Eu e meu estrabismo habitual...

Sou corinthiana. Nada roxa ou dedicada, mas por homenagem ao meu pai, e talvez afinidade com um dos meus irmãos, escolhi ser corinthiana, ainda bem pequena. Tenho zilhões de irmãos, então futebol, em casa, sempre foi um assunto "importante".

Meus vizinhos também eram corinthianos. Mas lá, entre as crianças daquela casa, não havia a pluralidade de times que havia na minha casa. Eles eram, todos, corinthianos.
Isso era assim porque o pai deles era um corinthiano roxo, o maior corinthiano que já conheci, Seu Edgar.
Um grande homem, o Seu Edgar.

Duas filhas do Seu Edgar aniversariavam no mesmo dia em que se comemorava o aniversário de nossa cidade, Pirassununga. Era comum que, em todo dia 6 de Agosto, aniversário de Pirassununga (e das filhas do Seu Edgar) a banda andasse pela cidade, tocando o Hino de Pirassununga.
Durante vários anos, na minha infância, ouvi a banda parando em frente da casa do Seu Edgar, tocando o Hino de Pirassununga, emendando, logo depois, o Parabéns a Você (para as suas filhas) e finalizando com o Hino do Corinthians, em homenagem ao Seu Edgar.
Homem muito amado, o Seu Edgar.

Disso não me esqueço jamais.

Apesar de na verdade não ligar muito para futebol, sempre me julguei corinthiana, em função do meu pai e do meu irmão, mas hoje percebo que emocionalmente, em função do Seu Edgar também.
Porque era lindo demais ver a emoção dele com seu time do coração, e todo o folclore em volta daquele cidadão pirassununguense (o Seu Edgar não nasceu em Piraassununga, mas foi, sem sombra de dúvida, o mais pirassununguense dos homens).
E apesar de ter uma certa simpatia, hoje em dia, pelos times para os quais meus filhos torcem, mais do que nunca me digo corinthiana, em homenagem àquele que alegrou meus dias, e que tornou meu 6 de Agosto tão inesquecível.
Porque a banda de Pirassununga fazia essa homenagem por considerar, assim como eu considero, o Seu Edgar o mais importante dos pirassununguenses.
Grande pirassununguense, o Seu Edgar.

De agora em diante o Seu Edgar vai assistir aos jogos do seu time no melhor camarote do mundo. E esse é o lugar que sempre lhe foi de direito.
Viva, Seu Edgar!