sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Se você quiser ter um ceuzinho, não precisa ir longe, é nesse cantinho...



Eu queria ter uma caixinha onde eu pudesse guardar todas as pessoas que me foram caras nesses últimos anos, depois que me tornei mãe.
Pessoas que de, alguma forma, foram importantes prá mim no cuidado, no trato com meus filhos.
Pessoas que gostaram deles.

Tucha, Fernanda e Claudinha, Tio Tucho, Dema, Tereza, Tia Cá, Tio Jalil e Tio Reinaldo, Tia Leleca, Tia Dani, Amanda, Julia de Miranda, Nilda (Tita), Natália, Zilma, Ângela, Aderbal.
Meus pais, meus sogros, meus irmãos e irmãs, meus cunhados, minhas cunhadas...
Seus padrinhos, suas madrinhas...
Meus sobrinhos e minhas sobrinhas...seus primos e primas.

Um tantão de gente que eu queria poder guardar nessa caixinha, queria poder falar com elas sempre que sentisse falta, queria poder agradecer o tempo que dedicaram aos meus filhos.

O Joey ligou prá Tia Cá...respirou fundo, de tão emocionado, e ligou.
Encontrei o Tio Jalil na rua e dei um beijo nele...
Meus meninos foram visitar a Tucha (e ela me ligou, feliz, prá dizer obrigada! Ela me ligou, feliz de verdade! A mesma voz ao telefone, a voz da Tucha, com quem falei por tantos anos, com quem dividi preocupações e alegrias).

E o Joey viu a Dema!
A Tereza está sempre aqui, se transformou em alguém da família.
E os meninos viram a Amanda.

Minha mãe me disse, quando eu estava grávida do Luigi, que eu não deveria preocupar-me, porque pessoas boas encontram boas pessoas na vida.
Nossas vidas foram e são repletas de pessoas boas, que amam meus filhos, pessoas a quem eu devo agradecer.
E eu agradeço!

Eu queria ter essa caixinha, onde poderia guardar todas elas, e delas não me perder jamais!

Acho que essa caixinha existe, e todas elas estão bem guardadinhas dentro dela.
Essa caixinha existe, e seu espaço é infinito.
Essa caixinha se chama coração.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Please welcome...The Pixies!



Lá por 1990 eu morava em Campinas, com uma trupe de amigos em uma república na Rua Barreto Leme.
Nessa época, conheci, através das mãos de um irmão meu, em uma visita a ele em Sampa, uma banda chamada Pixies. No dia que ouvi o disco, de nome "Doolittle", gravei-o numa fitinha K7 e levei prá casa, em Campinas.
Nesse dia mesmo, fizemos nossa roda habitual e ouvimos a fitinha mil vezes. Um dos moradores da república ouviu a música "Hey" por 17 vezes seguidas...(desculpa Fá, só mais uma vez!).

Esse LP marcou minha vida.
Essa banda marcou minha vida.

Desde então, venho cultivando uma paixão platônica pelo compositor, cantor e "frontman" da banda, Mr. Frank Black. Eu o chamo de "O gordo" e nutro uma paixonite por ele.
Ele é gordo, careca e esquisito e eu o acho simplesmente demais!
Essa paixonite foi alimentada pelos poucos e bons discos da banda e depois pelos discos solo do "O gordo". Venho cultivando essa paixão há anos.

Hoje é dia 11 de Outubro de 2010. Há vinte anos atrás ouvi Pixies pela primeira vez.

Hoje é dia 11 de Outubro de 2010. Vou ver, pela primeira vez na vida, um show do Pixies.
Mal me controlo de ansiedade...

Novamente, e como se fosse a primeira vez, vou ouvir ele cantar, e tocar, quase imóvel, seu rock and roll. Cru, seco, paulada e doçura juntas.
Mr. Frank Black, ou para mim, simplesmente "O gordo".

E como quando assiti, pela primeira vez, um show do Bowie, do Lou Reed ou ainda dos Ramones, esse dia entra prá minha história. Um dia a ser lembrado.

"I´m just a rock and roll heart, looking for good time" já dizia Lou Reed.

E "o Gordo" vai estar lá, mais careca, gordo e "weird" do que nunca. "Se a gente se conhecesse a gente ia ser amigo" - como disse uma amiga minha.

Rock and rollers, please welcome - The Pixies!