domingo, 5 de abril de 2009

And she says: "- You look so much younger..." and he replays : "- Just outside."

"Você está tão mais jovem!"
"Só por fora..."

Eu amo cinema. Sou viciada mesmo, adoro, vou para outra dimensão.
Quando não tinha filhos, ia todos os finais de semana ao cinema, às vezes mais de uma vez. Nunca precisei de companhia para ir ao cinema, se não havia ninguém para ir comigo, eu ia sozinha sem problema algum.

Hoje em dia, chego a tirar férias em períodos particularmente recheados de bons filmes, só para poder assistí-los no cinema.

Ir ao cinema é uma experiência única, que não tem absolutamente nada a ver com assistir a um filme em DVD, por melhor que seja o Home Theater que se tenha em casa.

Meu melhor programa é ir ao cinema com o Klau, assistir a um bom filme. Através dos filmes, revemos nossas próprias trajetórias, ou rimos de nossas próprias falhas.

Sean Penn, Javier Bardem, Daniel Day Lewis, Clint Eastwood me arrastam para o cinema, sempre.

Muitos filmes me despertam emoções fortes, lembranças de algo distante que às vezes nem eu mesma sei nomear.

Alguns poucos filmes instalam-se na minha vida, mudando-a de alguma forma.
Depois deles minha vida adquire uma luz diferente.

O pequeno diálogo que abre essa postagem faz parte de "O Curioso Caso de Benjamin Button".
Mais do que qualquer outro filme, esse me atirou em pensamentos e me tirou dos meus próprios conceitos.

Claro, todo mundo gostou do filme, alguns mais, outros menos, mas todos gostaram. O filme é muitíssimo bem feito, os atores são ótimos, o enredo bem escrito etc.

Mas não, não foi isso que aconteceu comigo. Por algo que nem sei explicar, esse filme explodiu algo em mim.
A história trouxe para a superfície da minha alma alguma luz que há tempos talvez estivesse fraca, ou esgarçou algumas fibras de minha personalidade que talvez eu nem soubesse que tinha.
Não sei, sinceramente não sei.

O que sei é que, conforme o filme se desenrolava na tela, eu, silenciosamente, agradecia por estar ali. Agradecia por ter olhos para assistí-lo, ouvidos para ouví-lo...

E conforme a linha do tempo se mostrava inexorável, eu chorava.
E o tempo, sempre o tempo ("És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho....tempo, tempo, tempo, tempo...não serei nem terás sido, tempo tempo tempo tempo").

E eu precisava assistí-lo novamente, com a minha mãe. Talvez pela proximidade de nossa relação, talvez por ela conhecer-me tão bem , talvez por eu querer que ela me conheça melhor ainda, eu não sosseguei enquanto não assisti novamente ao filme, dessa vez com ela.

Realmente não sei, não há nada que me ajude a explicar.
A verdade é que o filme me emocionou demais.

Talvez, assim como os personagens, eu também viva uma grande história de amor.
E talvez eu fique feliz por eles e fique feliz por nós.

A verdade é que, da mesma forma que aconteceu com Benjamin no final do filme, eu também espero que aconteça comigo e que eu tenha, nos meus últimos momentos, alguém que me embale.

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