sexta-feira, 24 de abril de 2009

Maria, Maria

Tenho duas irmãs.
São elas Rita e Raquel.

Quando eu era bem pequena, nas brincadeiras de infância, minhas amigas sempre escolhiam nomes das atrizes de novela para encarnarem um personagem na brincadeira, ou uma cantora famosa...
Eu não! Eu sempre fui Rita ou Raquel.

Sempre tive adoração pelas minhas irmãs.
Elas sempre foram, para mim, as moças mais bonitas, mais inteligentes, mais interessantes de todo o mundo.
Sempre as achei lindas!
Sempre invejei a cumplicidade que há entre elas. Elas tem, entre suas idades, somente 11 meses de diferença. Eu sou 15 anos mais nova que a Rita e 14 anos mais nova que a Raquel.
Sempre quis ser uma delas.

Minha irmã Rita é a pessoa mais engraçada que eu conheço. Ela não pretende sê-lo, o que torna tudo melhor ainda.
A Rita me faz rir, pela sua maneira de ser, pelo seu jeito de falar, pelo seu raciocínio rápido.
A Rita é guerreira!
A Rita recebe a mim, a meu marido e a meus filhos, todo Julho, em sua casa em Goiás, como se fôssemos visitantes especiais. Ela nos acolhe, nos insere em sua vida, e com ela tenho momentos que posso dizer como dentre os mais prazeirosos de minha história.
A Rita é das mulheres mais charmosas que conheço.
A Rita, assim como eu, é mãe de filhos homens e nela espelho-me, porque admiro o tipo de mãe que ela é. Quero, no futuro, ter com meus filhos a relação que ela construiu com os filhos dela.
Ela é minha madrinha de batismo e de casamento. Ela batizou meu filho caçula.
Se algo me acontecer nessa vida, é a ela que confio os meus meninos.

Minha irmã Raquel é a pessoa mais generosa que conheço. Ela me deu teto quando eu não o tinha, ela me deu um emprego que eu amo e pelo qual sou bem remunerada, ela me deu um trabalho íntegro, honesto, que me faz aprender dia a dia e me faz crescer.
A Raquel é justa, direta, transparente. Ela é dona do riso solto que eu tanto gosto. Com ela exercito meu humor mais negro, mas isso fica sempre entre nós (entre nós três, porque também o dividimos com a Rita. Deus é tão sábio que deu a nós três o mesmo tipo de humor).
A Raquel me deu a possibilidade de ter a minha casa.
A Raquel me deu uma adolescência resplandescente, só pela possibilidade de ser minha amiga. Quando nenhuma das minhas amigas tinha uma irmã mais velha como ela, a Raquel me aconselhava, me ensinava, me contava bobagens e me ensinava a tocar Fantastic Voyage no violão.
Enquanto elas não tinham ninguém, eu tinha a Raquel.
E era o máximo ter a Raquel.
É o máximo ter a Raquel até hoje.
A Raquel é uma das melhores amigas que os meus filhos tem.

Em um mundo como o de hoje, onde muitos irmãos não se reconhecem, eu tenho em meus irmãos um porto seguro.
Tenho nas minhas irmãs a certeza de ser amada, de ser especial, de ser decente.

Devo ter feito algo muito bom nessa vida, para ser merecedora de tamanha dádiva.
Minhas irmãs são um presente.
Minhas irmãs me lembram de meu passado, não me deixam desviar de meu presente e são uma fonte constante e prazeirosa das possibilidades de meu futuro.

Minhas queridas, guardem um lugar para mim, na casa de vocês.

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