quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Em mim, ela continua.

Ontem ocorreu um terremoto de grande escala no Haiti. Hoje pela manhã vi a reportagem no jornal e fiquei triste por esse povo já tão sofrido.
Peguei a chave do meu carro, chamei meus filhos e saí para trabalhar. A vida voltou ao normal.

Durante o dia, alguém me disse que a Dona Zilda Arns havia morrido no terremoto do Haiti.

E agora?

Dona Zilda é a fundadora e cabeça chave da Pastoral da Criança. Dona Zilda salvou da inanição e da morte sabe-se lá quantas e quantas crianças por esse Brasil.
Dona Zilda, que só pensava nos outros. Nos filhos dos outros; nas crianças dos outros.
Dona Zilda, que era uma entre milhões.
Quantos são como ela?

Fiquei muito, mas muito triste, porque ela era uma pessoa a quem eu, mesmo à distância, acompanhava. Alguém a quem eu, enormemente, admirava.
Alguém que me serve de exemplo para que um dia, quem sabe, eu consiga fazer, baseada no seu exemplo, um pouquinho do que ela fez para a infância carente e desamparada.

Dona Zilda do carinho fácil.

Quis contar para os meus filhos quem ela era.
Eles me ouviram atentamente.
Os olhos do Joey, como sempre, se encheram de lágrimas.

Mas eu disse a ele que não era caso de chorar.

Quantas pessoas podem ter o privilégio de morrer na causa nas quais sempre acreditaram?
Porque ela estava no Haiti em uma jornada, mais uma vez, humanitária.
Era o que ela fazia.
Ela cuidava da Humanidade.

E tenho certeza que ela vai deixar seguidores. Um pouco em mim sempre fica e tenho certeza que fica muito em milhares de pessoas.

Eu disse aos meus meninos que ela foi tão especial, mas tão especial, que Deus não mandou nenhum de seus anjos esperar por ela na porta do Céu. Ele veio pessoalmente receber a Dona Zilda.

Com tanta gente ruim, e corrupta, e desumana no mundo, como entender que alguém como ela é que morreu?
E alguém me diz : Será que Deus existe?

Pois para mim não há dúvidas. A Dona Zilda era a prova viva da existência de Deus.

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