Há milhões de anos atrás (assim me parece), li um livro, o qual amei!
Eu nem namorava aquele que viria a ser o meu marido, mas em uma conversa que tive com ele à época (paquera pura!), disse a ele que estava lendo esse livro.
Eu o li escondido, porque o livro era da minha mãe e imaginei, naquele momento, que ela não me permitiria lê-lo.
Eu era nova demais!
Aquele que viria a ser o meu marido mostrou-se interessado no livro que eu estava lendo (o que uma paquera não faz!) e eu, após terminar o livro, emprestei-o a ele.
Quando começamos a namorar, algum tempo depois, decidimos, graças ao livro, que nossa filha se chamaria Meggie.
Nunca mais reli esse livro.
Li zilhões de livros depois desse.
Mas nenhum igual a esse.
Casei e tive dois filhos.
Dois meninos.
Ainda falta a Meggie...
Eu nem me lembrava mais do acordo feito sobre o nome da nossa menina, há milhões de anos atrás.
Meu filho mais velho gosta muito de ler e eu gosto muito que ele goste de ler.
Comecei a ir atrás de alguns livros que li durante a minha infância para que ele também pudesse lê-los. Alguns achei em livrarias, outros não.
Portanto comecei a procurá-los em sebos e achei todos eles.
Livros da Stella Carr, em sua maioria. Livros que marcaram minha infância.
Enquanto procurava os livros para o Luigi, tive a idéia de procurar também o meu velho livro.
O exemplar que eu li na minha juventude perdeu-se no tempo. Não sei onde foi parar.
Tive vontade de lê-lo novamente, em um misto de prazer e medo.
Prazer pelo reencontro.
Medo de que o encanto se quebrasse.
Juntamente com os livros para o Luigi, comprei novamente o velho livro.
Comecei a lê-lo.
Nem imaginava que, após tantos anos, essa experiência fosse ser tão marcante.
Conforme fui virando as páginas, as lembranças detalhadas foram tomando corpo na minha mente.
Lembrei-me das frases, e de como as palavras foram colocadas (em uma enorme perfeição). O impacto foi até maior do que me foi aos 14 anos de idade.
E eu era uma menina bem legal aos 14 anos de idade.
Cada palavra ocupa um lugar justo no livro. Cada expressão é perfeita e fez parte da minha história.
Degusto-o novamente. Degusto-o novamente e como se fosse pela primeira vez, de novo, o que é delicioso.
O encanto não se quebrou.
Nada é aleatório. Não acredito em simples coincidências.
Exatamente quando estávamos, eu e aquele que tornou-se meu marido, fazendo planos para a chegada da nossa menina, o velho livro voltou para a minha vida.
Meggie!
Nada é por acaso. O velho livro. Os planos e o acordo feito.
Nós não somos somente o que pensamos ser.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
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