quarta-feira, 25 de novembro de 2009

He´s still around

Durante os últimos dias, ou semanas, passei por aquilo que defino como "fortes emoções".
Como sempre, as alimentei.

Vi pessoas que não via há anos, tive saudade de tempos que eram bons demais.
Pensei na menina que eu era, e na mulher que sou e de como nós duas ainda somos parecidas, se não quase idênticas.
Ainda sou eu mesma.

A minha saudade sempre dói.

Minha amiga está grávida. Depois de tantos anos, ela engravidou de novo. A minha querida amiga está tão feliz, e é tudo tão novo, de novo, para ela.
Lembro de quando eu morava com ela, na república, e fazíamos faculdade, e tudo era tão descompromissado. Éramos quase malucas, e ríamos...ainda rimos tanto, e ainda somos, juntas, um pouco malucas, e é por isso que gosto tanto dela.
E ela está tão feliz.

Fui ao shopping dia desses e estava tocando, no som ambiente de uma loja, a música dos meus 16 anos. Não é a música típica de se tocar em uma rádio, então foi um presente de Deus para mim : "But the side of you they'll never see, is when you're left alone with the memories, that hold your life together like glue".
Parei o que estava fazendo, fiquei em pé no meio do saguão, fechei os olhos e ouvi. Ouvi até o último acorde; era só o que eu poderia fazer, a música tocava para mim.

Tenho ouvido "Charlotte Sometimes".
É, eu alimento.

Meu amigo me escreveu um email. Quase nunca nos falamos, por algumas razões que fogem ao meu controle, mas ainda assim, somos grandes amigos.
Eu tinha certeza que ele me escreveria e ele me escreveu.
Carinho sempre.
Ainda sou eu mesma.

Meu outro amigo me escreveu outro email, dentre os vários que ele sempre me escreve. E ele me conta que sua filha está engatinhando e que ele está feliz. E que ele está com saudades.
Nos falamos sempre e somos grandes amigos. Os melhores amigos.
Carinho sempre.
Ainda sou eu mesma.

Ontem, um amigo meu morreu.
Eu nem sabia que ele estava doente, acho que foi tudo muito rápido e só fiquei sabendo, assim de sopetão, que ele havia morrido.
Mal digeri a notícia ontem. Sou assim, algumas vezes esse tipo de coisa bate em mim "atrasado".
Só fiquei pensando no meu amigo.

Hoje chorei.
Pensei em quantas lutas do Mike Tyson assistimos juntos. Em quantas cervejas tomamos juntos, em quantas gargalhadas partilhamos.
Ele era um bom amigo, um amigo querido. E sempre me respeitou.
Fez parte da minha vida, durante muitos anos.
Isso não se esquece.

Ele gostava de mim e principalmente, ele gostava do Klauter.
E o Klauter gostava dele, e eu também gostava dele.
E ele gostava da gente.

Vou sentir saudades dele, muito mais do que estou sentindo agora.
Não existem muitas pessoas a quem podemos chamar de amigo, de verdade, nessa vida. Que gostem da gente de verdade.
Que gostem de quem a gente gosta.
Pois ele gostava.

Mais do que gostar de mim, ele gostava de quem eu gosto.
Sou agradecida por isso, porque sei que era de verdade.

A saudade vem das lembranças que temos.
Dos momentos bons que vivemos em algum lugar de nossas vidas.
Esses momentos estão no passado, porém as lembranças estão no presente.
Elas são fruto da recordação presente que temos do passado.
Então as lembranças estão aqui.
As lembranças do meu amigo estão aqui.
Portanto ele está presente.

Meu amigo ainda está por aqui.



(Texto escrito ao som de "This is the day" - The the)

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