quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O começo, o meio e o sim!

Sou uma mulher de muita fé.
Fui criada para tê-la.
A mim, é importante tê-la.

Sou uma mulher que acredita, piamente, na existência Divina, no Criador, Aquele que tudo sabe, que tudo vê.
Portanto, acredito em vida após a morte. Não tenho dúvidas sobre isso.
Como prová-la? Não sei, ninguém sabe.
Mas para quem tem fé, o que importa é saber. E eu sei...

Nunca pensei que a vida terminaria aqui. Nunca pude acreditar que pessoas como meus pais acabariam no momento de suas mortes.

Após o nascimento de meus filhos, tive a plena certeza que eles, meus filhos, assim como meus pais, continuarão.
Portanto, eu continuarei.
Me é inconcebível a idéia de que seres tão maravilhosos quanto os meus filhos podem, simplesmente, "acabar". Isso nunca!
Tenho a certeza absoluta que eles continuarão.

Há algum tempo atrás, ouvi: "A vida não acaba na morte, e outra recomeça. A vida simplesmente não acaba. Após a morte, a vida que teremos é a mesma vida que temos até agora, é a mesma vida, porque a vida NÃO TEM FIM".

Sendo assim ( e eu acredito nisso), eu continuarei, durante toda a minha vida, agora ou após a minha morte, a ser quem eu sou. Serei portanto, a pessoa que sou hoje, vivenciando todas as experiências que eu mesma escolhi para mim.

E quantas vidas eu tiver, e sabendo ser sempre a mesma vida, eu serei eu mesma, e farei as mesmas escolhas.

Eu serei a filha do Dácio e da Carolina, sempre!
Eu serei a caçula, a mais nova depois daqueles 8 barulhentos. Eu serei a irmã dos meus irmãos e a irmã das minhas irmãs.
Eu serei a neta da Maria.

Eu serei a vizinha da Alessandra, eu serei a sua amiga eterna, eu serei a terça parte da irmandade formada por nós três, por mim, pela Lê e pela Paty.
Eu as escolherei para serem minhas irmãs.

Eu serei a menina do Kennedy, eu serei a boa aluna, que gosta de estudar, a aluna levada e risonha. Eu serei a amiga de todos.
Eu serei a confidente da Fer, eu a escolherei para ser a minha.

Eu serei a corredora, a bailarina.
Eu serei aquela que escreve.
Eu serei aquela que chora de tanta felicidade, e também de tanto medo.

Eu serei aquela que tem Bowie como trilha sonora da vida.
Eu serei aquela que dança ao ouvir o primeiro acorde de qualquer música do Prince.
Eu serei aquela que tem na boca o gosto da infância e da adolescência ao ouvir Lou Reed.
Eu serei aquela que sela novamente seus laços de matrimônio, a cada vez que ouve Ramones.
Eu serei aquela que, a cada música do Frank Black, se sente mais e mais apaixonada pelos homens da minha vida.

Eu serei, sempre, a namorada do Klauter, a mulher dele, a quem ele escolheu para dividir a vida. Eu serei aquela que foi agraciada em tê-lo por perto.
Eu serei aquela a quem ele abraça durante a noite.
Eu serei, sempre, a mãe dos seus filhos.

Eu serei, sempre, a mãe dos meus filhos.

Eu serei aquela que acorda de noite para cobrí-los. Eu serei aquela que se emociona com gestos, desenhos e lições de casa.
Eu serei aquela que se emociona com pés que crescem sem parar, com corpos em mutação. Corpos por mim gerados e por mim, diariamente, alimentados.

Eu serei a mulher que sou hoje, com as escolhas que fiz, e que me fazem confortável.
Nada foi ao acaso. Eu escolhi tudo o que está ao meu redor.

E escolhi inclusive as saudades. Eu escolhi ter saudades, porque escolhi não esquecer. E só tem saudades quem se nega a esquecer.

Eu serei o que sempre fui, e o que sempre serei. Com todas as minhas escolhas.

2 comentários:

Renata Valente disse...

Não, não pode ser da gravidez. As lágrimas são porque o texto é lindo, tocante e muito, muito verdadeiro.
Um lindo dia para você, minha amiga!

Dani Mazzali disse...

Real/e, suas palavras emocionam!!
Bjs.