sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Rock and run

Eu sei bem quem eu sou.
Sei bem as coisas das quais gosto e o tipo de pessoa com quem dou-me bem.

Gosto da energia do corpo. Gosto de suar.
Gosto de sentir-me dona do meu corpo. Gosto de comandar pernas e braços
Gosto do movimento do corpo, da força muscular.
Gosto do exercício do corpo, da habilidade corporal.
Gosto de sentir-me forte, saudável.

Vivo descobrindo novos prazeres.
Dentre eles, um dos maiores que descobri, já há vários anos, é o prazer de correr.
Gosto de correr pelo correr. Deslocar-me rapidamente sem precisar de nada além das minhas próprias pernas.
Sentir-me dona do meu corpo, rainha da minha vontade. Contra o cansaço, mais um pouco de energia.

Eu treino. Mas não gosto muito de treinar. Treino somente para poder correr mais e melhor.
Eu gosto mesmo é de correr.
Livre, no compasso.
Na minha respiração e com a minha transpiração.

Adoro participar de corridas de rua. Coloco o meu Ipod e me perco entre os corredores, tão diferentes e tão iguais.
Sábado à noite, domingo cedinho...somos tão diferentes, nós os corredores, mas também tão iguais. Porque só nós sabemos o prazer imenso disso...

Mas o que eu amo mesmo é correr em Pirassununga.
Lá eu corro faça sol ou faça chuva.
É como um rito sagrado. Nada me impede e a rua me chama.
Eu corro em adoração às ruas amadas da minha cidade. E vou agradecendo...

Saio de casa, ligo meu Ipod e vou, com meu rock and roll, me aquecendo Joaquim Procópio abaixo. Passo em frente à casa velha, acaricio os portões, respiro fundo e preparo-me para subir a 13 de Maio. Batimentos cardíacos em crescente, subo até o final de minha cidade, entro nas ruas da Cidade Jardim, respiro, transpiro e acho o meu Nirvana pessoal.
Nessa hora não tem mais dor, nem mais respiração ofegante. Sou só eu, a música e as minhas pernas.
Run, run, run...
E eu acho que posso atingir o ponto mais distante do mundo, só correndo, como Forrest Gump.
Run Forrest, run!!

Quando estou bem longe de casa, reverto o movimento e começo as passadas de volta. E refaço o caminho, por outro caminho, de volta à minha casa. Eu, minha música e minhas pernas.
E quando chego, após meus 10 quilômetros, já quero sair de novo.
Run, run, run...

Não sei bem como a corrida entrou na minha vida. Mas é um vício assumido.
Da minha vida esse vício não sai mais.

E as ruas de Pirassununga me esperam. Amanhã estarei lá e assim que chegar, vou correr.
E eu só vou agradecendo...

Nenhum comentário: