quarta-feira, 10 de junho de 2009

Esse ano vai ser nosso!

1986...
O ano de 1986 foi extremamente marcante em minha vida.
Eu fiz 16 anos em 1986.
Em 1986 eu iniciei o 1º Colegial, eu conheci amigos que se tornariam parte integrante de minha vida até hoje, eu experimentei sensações e porque não, atrações à parte.

Em 1986 eu ganhei o mundo.
Em 1986 eu comecei a gravar meu programa na rádio de Pirassununga (..."this is Rock and Roll Radio, stay tuned for more rock and roll!"), tendo como parceira uma irmã de uma vida. E eram LPs, e fitas K7, e manhãs de sábado dedicadas à gravação do programa.

A cada sábado, às 7 da noite, meu programa ia ao ar. Era a hora que nos arrumávamos para sair.
Meus amigos se arrumavam ouvindo o nosso programa. Era interior, era 1986, 8 horas da noite estávamos na rua. Saíamos cedo e voltávamos tarde.
Era bom demais.

1986 foi o ano que tornei-me mulher, quando descobri meus poderes e o peso deles.

1986 foi o ano que perdi minha vó Maria.
Minhas mais doces lembranças...só mais um prato de sopa com ela, é tudo o que eu pediria.

1986 foi o ano que antecedeu a partida da Marisa. Portanto, 1986 foi meu último ano com a Marisa, o que, por si só, torna 1986 um ano incrivelmente maravilhoso.
Se, por um acaso, eu tivesse tido a possibilidade de saber, eu teria a abraçado mais, telefonado mais, amado mais...isso com certeza teria me matado, mas eu a teria tido mais perto de mim.
O que me consola é que tenho certeza que ela sabe. Minha doce Marisa sabe, e sempre soube.
As duas, minha vó Maria e minha doce Marisa, guardam meu lugar perto delas, disso estou certa. E guardam também o lugar de todos a quem eu amo.

1986 foi o ano da turma "da pesada", uma gang de amigos de fazer tremer a cidade (ao menos eu assim imaginava). Grandes figuras, grandes amigos, grandes aventuras, grandes contravenções...de verdade, éramos "foras da lei".

1986 foi o ano que pixei o muro da minha escola. Apagaram no dia seguinte, mas a mancha ficou lá, ao fundo, por muitos anos.
1986 foi o ano que descobri, de verdade, o prazer em escrever.

1986 foi o ano do Postinho. Para quem lá esteve, a importância disso é gritante.

1986 foi o ano das Brincadeiras do Clube. Dançar em um sábado à noite ao som de Bowie, Cure, Ramones, The the, Siouxsie...realmente!

1986 foi o ano das festas da casa da Fer. As melhores festas da minha vida, rock and roll na veia, puro e simples, grosso e cru.

1986 foi o ano da Aeróbica do Daniel. Malhação pesada, semente plantada, inesquecível. O que sou hoje, no que diz respeito a esportes e à malhação, devo muito a ele.

1986 foi o ano que comecei a namorar o Klau.
Tudo truncado, tudo proibido, mas a gente insistiu.
Ninguém acreditava de verdade, acho que nem mesmo a gente, mas aos 16 anos eu comecei a namorar (escondido!) aquele que viria ser o pai dos meus filhos, o meu melhor amigo (ainda que nossas diferenças sejam imensas, e talvez graças à elas sejamos tão unidos), o amor de toda uma vida.
1986 foi o ano que, mesmo sem perceber, brigamos para ficar juntos, com nossas jaquetas de couro e nossos discos dos Ramones.
Foi o ano que começamos a correr juntos, com a Klein nos acompanhando, e que nossos laços passaram a ser feitos de aço.

10 anos depois nos casamos.
14 anos depois tivemos o Luigi.
16 anos depois tivemos o Joey.

E há exatos 23 anos vamos nos moldando, nos fundindo e nos tornando um só, um só formado por dois seres tão diversos mas tão similares também.
Mas nunca nos esquecemos de quem somos, e de que somos únicos e somos seres com necessidades distintas.
Foi essa percepção que nos uniu.

E vamos assim, fazendo nossos planos e aos poucos, conseguindo tudo o que queremos. Porque o que queremos não é tão complexo.
Nós só queremos saúde para nossos filhos e que eles sejam pessoas do bem.
Nós só queremos ter a oportunidade de ajudar quem está próximo a nós.
Nós só queremos que nossos pais estejam bem e sabemos que quando eles não estiverem bem, é nosso dever e nosso privilégio ajudá-los.

1986 foi o ano que me proporcionou viver, nos tempos modernos, uma verdadeira História de Amor.

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